segunda-feira, 30 de junho de 2008

Beijo...




"If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
"


Costumava ser assim, bastava um beijo na ferida que tudo ficava tão melhor... E ele sabia-o, como sabia...
Vinha ao meu encontro com aquela calma que só ele sabia transpirar e beijava-me...
Era ligeiramente doloroso no início mas logo começava a cicatrizar. Estancava o sangue com os lábios dele e com o calor da pele fechava a ferida...
Ele ainda sabe como se faz, sabe o quanto eu preciso que o faça mas já não consegue. Não consegue, não pode...
Eu até entendo, quem sou eu para não entender mas, será que um dia ele vai esquecer como se faz? Será que um dia ele acorda sem se lembrar como me fazia sentir melhor depois de beijar onde estava ferida?
Não esqueças, tudo menos esquecimento. Não merecemos esquecer-nos...

domingo, 29 de junho de 2008

O Vizinho...


Há tanto tempo que não estávamos juntos como ontem... Os dias vão passando e já há muito que andávamos a prometer a nós mesmos matar aquelas saudades. Saímos para nos divertirmos como só nós sabemos. Muita farra, muito charme, muita sensualidade, sexualidade q.b. e lá fomos nós... Jantámos bem como sempre e ele esteve muito elegante, como é hábito. Não é um homem extremamente bonito mas que tem aquela estrelinha que faz todas as mulheres ficarem vidradas, lá isso tem... É deliciosamente charmoso, feito para fazer as delícias femininas e também as masculinas (digo eu), porque não! Ele é o vizinho da frente, "vizinho" como vai passar a ser conhecido por aqui, pelo Ópio.
O vizinho é um companheiro, vive mesmo em frente e faz a alegria do prédio. Provocador, cativante, um pouquinho excêntrico, amoroso... Deixa as senhoras mais maduras tão coradas como as mais novinhas e, mesmo o facto dos homens não acharem grande graça ao comportamento dele, continua a ser muito querido por cá. Há alturas que nos isolamos um pouco porque vivemos no topo. Na verdade torna-se interessante percebermos que muitos ou todos, pensam que nós os dois temos práticas meio bizarras. Não se enganam muito mas, ainda não estamos perto de ser presos por depravação...
Somos apenas dois amigos que se cruzaram na vida e curiosamente tão diferentes que chegamos a ter percursos parecidos. Vivemos até hoje uma solteirice deliciosa, opção no caso dele e mais que opção no meu... A ideia era viver até encontrarmos aquela pessoa! A mim parece-me que a falta que aquela pessoa lhe faz é maior (se é que é possível) porque ao que parece ela ainda não cruzou o caminho dele, ao contrário de mim. A solteirice seria mais que propositada até darmos de caras com alguém realmente especial. Cheguei à conclusão, à medida que nos fomos conhecendo, que também ele tinha intenções de viver o seu estado civil o melhor possível. Agora percebo que ele o fez bem melhor que eu, aproveitou ao máximo aquilo que a vida lhe deu e gozou muito. O único senão é que ao que parece, foi passando por cima de alguns sentimentos sem pestanejar. Feriu algumas pessoas e meninas acreditem, ele arrepende-se e já me confessou que se pudesse pedia desculpa a todas elas. Sim, é verdade, ele foi sincero... Incrível, não? Mas, mesmo assim não deixa de ser um belo homem, com um grande coração e muito amigo dos amigos.
Ontem a noite foi longa, conversa vai e vem, bebida vem e vem como nos velhos tempos. Estava mesmo a precisar do vizinho. Ele é aquele tipo de homem que nos deixa o ego nos píncaros e, qual é a mulher que pode desperdiçar a companhia de um amigo destes? Claro que a noite não foi diferente das outras no momento de sugerir que a nossa relação passe a ter um "colorido mais garrido". Tinha de ser, está-lhe no sangue! E como por aqui o sangue não é mais morno, foi difícil não pensar por alguns segundos nessa hipótese.
Mas, é difícil isso acontecer, não seria saudável... Eu sou aquela que vai bater-lhe à porta durante a noite de camisa de noite para conversar um pouco, sou aquela que fica a dormir no sofá dele até de manhã. Ele é aquele que entra sem t-shirt pela casa dentro para assaltar o meu frigorífico, é aquele que morre de curiosidade pela minha lingerie (admira-a durante horas).
Ora, acrescentar a isso umas noites quentes seria tirar significado à amizade e na certa ia acabar mal. Por isso meu amigo, esta noite que passou enfiei-te na cama e virei costas para ir para a minha, assim como em tantas que passaram e espero por mais aquelas que hão-de vir.
Uma coisa tenho de concordar contigo, ia ser muito bom partilharmos os nossos corpos como partilhamos as nossas mentes...


quinta-feira, 26 de junho de 2008

És TU!


"I hear you laugh, my heart fills full up and when you cry, I feel your tears running down my face"

Ele não imagina como é o aperto no meu peito quando sinto que está triste, ele não sabe a dor que sinto quando noto as lágrimas nos seus olhos. Ele não tem noção do quanto que eu dava para garantir que as suas lágrimas fossem só de alegria.
Porque cada vez que ele ri o mundo fica perfeito, porque quando ele consegue respirar fundo sem doer tudo parece fazer sentido...
A vida por ti, sempre a vida por ti!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Saudades...


Lembro de acordar durante a noite com necessidade de colo, de esperá-lo acordar um pouco impaciente... Lembro de desejar que estivesse ligeiramente desconfortável para chamar por mim...
Lembro que havia noites que ficava à espera do seu despertar para poder pegá-lo ao colo, enroscá-lo contra o meu peito e embalá-lo até eu mesma me sentir mais tranquila e finalmente poder acalmar-me.
Lembro do colo que o meu filho me dava a meio da noite, quando eu não conseguia dormir...

terça-feira, 24 de junho de 2008

O Regresso...


Parece que estou de regresso mas ainda estou a ambientar-me... Voltei às origens, voltei depois de tanto tempo e de tanta vida lá fora. A casa está diferente, ela sente-me outra mulher e não é de estranhar... Sei que com algum tempo e dedicação vamos habituar-nos outra vez uma à outra.
Somos novamente eu e o meu canto e não tarda, isso voltará a bastar ou pelo menos, isso será de novo a única coisa a fazer sentido.
Aqui sempre foi mais seguro, aliás aqui foi sempre a minha escolha quando precisei de estar segura. Agora a necessidade é igual ou ainda maior, a segurança está escassa e preciso recuperá-la. Onde mais se não aqui, no meu canto...
Para já procuro o silêncio e escondo-me do resto do mundo. Depois logo se vê afinal, estou de regresso!
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