sábado, 5 de julho de 2008

Fui ter com os rapazes...


Ontem fui ter com os rapazes. Senti tantas saudades, não aguentei... Reconheço que me senti um pouco envergonhada, sei que a minha presença nem sempre lhes faz bem.

Existiu uma pessoa na minha vida que um dia me disse com um olhar de ódio, que eu sou a pessoa mais egoísta que ele alguma vez conheceu. Nem ele imagina como isso nunca saiu de mim, lembro até hoje da cor dos seus olhos quando o disse. Custa-me mas, reconheço que por vezes atitudes minhas fazem-me dar-lhe razão. Esta, por exemplo, é uma boa prova do meu egoísmo. Desapareço da vida deles porque não consigo, porque me é impossível continuar e de repente, sou puxada para ir vê-los, para me juntar a eles. Tudo porque preciso deles, de os ver...

O meu pai diz-me muitas vezes que ninguém pode ser feliz se não sentir reacção às suas acções. Acho que foi isso, necessidade de que os meus gestos fossem notados. Nem que essas reacções não sejam as melhores, nem que a reacção de eu bater à porta, seja a de a fecharem imediatamente mal me vissem. Não foi o caso, bati e abriram. Escancaram-na até e isso sabe tão bem quando passamos dias e dias sem sermos notados... Não recebi um sorriso, não posso pedir tanto; não recebi um abraço, claro que não mas, afastou-se dois passos para trás e abriu ainda mais a porta daquela que já senti um pouco como minha casa. Estava ali a olhar-me, com mágoa dentro dele pelo que já sofreu mas também com alguma felicidade no peito, sei que sim afinal ele ama-me... Não fico feliz, desgasta-me nunca poder corresponder àquele sentimento mas, ele ama-me, sinto-o! Se houvesse um terramoto eu seria a primeira pessoa que ele abraçaria para proteger. Dito por ele... Lá dentro estavam os meus outros dois rapazes e eu ouvi-os, são música para os meus ouvidos os sons que o meu filhote pronuncia.

Vieste! - disse.

Sim, fui vê-los, fui senti-los um pouco perto de mim, sentir alguma tranquilidade, alguma calma sem ser aquela em que tenho estado envolvida. Esta é uma calma açucarada e fofa, exactamente como algodão doce. Tem o extremo de se tornar violenta e fatal, mortal para qualquer sentimento mas, por breves momentos consegue ser como o melhor algodão doce. Peguei-o no colo, recebi o melhor sorriso... O cheiro de bebé, a textura da sua pele, o peso do corpo dele no meu regaço. Este foi o melhor parto, o parto menos doloroso e mais terno que alguma vez pude imaginar ter. Quando crescer (talvez meio distante de mim) vai perceber que nasceu do meu coração, parto nada natural mas ainda assim o mais humano...

O terceiro rapaz ficou meio intimidado mas sei que me adora, ninguém o alimentava melhor que eu e isso garante-me um amor incondicional da sua parte. Ele sabe que nunca permiti que usasse o sofá, defendia que a dada altura ele seria tão grande que o ocuparia na totalidade. Não me enganei, já acontece isto. Está enorme e pelos vistos monopolizou o sofá mas mal me viu, saltou para o chão e enroscou-se nas minhas pernas. Senti-me bem-vinda...

Fui ver os rapazes e matar saudades. Fui ver os rapazes e fizemos a melhor troca. Eu trouxe os mimos deles todos guardados no meu peito. Por lá deixei os meus mimos numa caixinha, para eles os repartirem da melhor forma. Espero que saibam usá-los, espero que lhes faça bem!

A mim fizeram-me bem...


Tanto que o príncipe adora esta música para dormir...

1 comentário:

Pedro Gamboa disse...

Conheço alguns sentimentos, outros, muitos, não...