sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A tua voz...


Ser fiel a mim mesma, foi o que alguém - aquele alguém tão especial que tu tão bem conheceste através da minha alma - me ensinou... Mostrou-me o quão é importante um "prometo" e o quanto devemos ser responsáveis por essa promessa. Ela valerá tudo para quem a dedicamos e isso dá-lhe um peso imenso que carregamos a vida toda.
Hoje eu falhei, faltei a uma promessa e para agravar ainda mais a situação faltei com uma promessa a mim mesma deixando assim de me ser fiel, leal... Prometi-me tantas vezes que te deixava ir, fiz tanta força desde que bateste a porta à saída para não a abrir sob nenhuma hipótese. Nem sequer à janela fui espreitar, por ti, tudo por ti... Sei que sabes a dor que tenho sentido e o quanto tem sido penoso cumprir a minha promessa, mas hoje...
Porque te amo, porque és a minha vida, preciso deixar-te respirar e entendo que aqui deixou de ser possível mas, estou a começar a cristalizar-te dentro de mim. Entendes o que está a acontecer? Estou a cristalizar-te na minha alma e por mais bonito e natural que isso pareça a quem observa de fora não quero, não te quero cristalizado em mim, quero-te vivo ainda que tão longe...
Estás a fundir-te em mim e a tornares-te crosta da minha ferida de alma. Sei que é para sempre, sei que daqui não sairás mas, está a desvanecer um ou outro pormenor que me deste. As feições estão a desfocar, as palavras que me dedicaste já não são exactas, já coloco dúvidas nos dias certos, nas horas de quando o meu sonho aconteceu... Entendes, ouves o que quero dizer-te?
O meu maior sonho aconteceu, vivi o que me foi permitido mas agora estou a recordá-lo e recordar, implica perder pormenores (ainda que aparentemente insignificantes)...
Amor, não sabes as vezes que já perdi perdão a mim mesma por ter faltado com a minha promessa, perdoa-me tu também por não ter sido forte, perdoa-me por precisar de ter a certeza que a voz que tenho dentro de mim todos as noites ao adormecer, não foi distorcida... Tinha de ouvir-te, tinha de ouvir-te! Bailarino, que saudades... O aperto no peito, o coração disparado, as pernas a tremer, as lágrimas a escorrerem... a tua voz, meu amor...
Eras tu, querido, eras tu!
Não matei saudades, não foi suficiente e nunca será. Não fiquei feliz porque não pude dizer-te; "querido, sou eu". Não me acalmou, pois não pude ficar eternamente contigo no meu ouvido mas, senti-te bailarino, ouvi o teu lindo timbre de voz...
Dois anos depois do sonho começar, não podia acomodar-me sentido-te a cristalizar em mim. Vai acontecer e eles dizem que é lindo mas, vou lutar porque te quero sempre vivo dentro de mim, nem que para isso o sangue que corre nas minhas veias tenha de servir para alimentar a alma que carrego por ti e só por ti.
Sofro por continuarmos afastados para sempre, sofro por não poder saber de ti, sofro por ter faltado com a minha promessa, sofro porque senti uma necessidade como nunca de te ouvir e isso fez-me perceber (o que soube desde o dia em que partiste); já não faço parte do teu mundo.
Cuida de ti bailarino, cuida de ti querido...
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"O pouco que temos... é elevado a uma potência infinita pela força do nosso amor!!"
Lembraste bailarino? Eu nunca esqueci! Amo-te...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Nestes dias...


E o trabalho continua, aliás o trabalho paga as favas de quando as coisas não andam famosas. Na realidade tratando-se de mim, ao contrário do que muitos pensam, não sou eu a vítima. O trabalho sim é que é vítima do meu estado de espírito. Estado de espírito ou estado de ser, como queiram. Eu até prefiro "estado de estar", é mais esperançoso, pressupõe haver luz ao fundo do túnel...
Pois é, tenho sido incansável, nada me detém. As horas não me vencem, o excesso de responsabilidade não me assusta, algum mau estar entre colegas já não me preocupa e os resultados estão a ser os esperados. Dedico-me a 100%, tenho tempo e necessidade de o fazer.
Não foi fácil, não é fácil... Tudo novo de repente é difícil de gerir, mesmo com experiência em mudanças loucas e repentinas na vida. Já me vou habituando à cidade; mudou desde que cá estive há alguns anos mas, continua a irritar-me pelos mesmos motivos de antes e a encantar-me pelas mesmas preciosidades que por aqui há.
A casa continua a ser estranha, não entendo mas, para lá do quarto ainda não sou eu (vamos com calma, com calma)... Já deixei de acordar meio perdida por estar numa casa estranha, já descobri um canto onde o aconchego até é quentinho mas fora isso, ainda não cheira a mim...
No trabalho tem sido uma batalha complicada. Tive de vencer braços de ferro para provar que não quero competir com braços de ferro. Primeiro estranha-se e depois entranha-se, é o que dizem... Estranharam-me e muito, agora está a acalmar e daqui a nada estão a entranhar-me, já esteve mais longe.
Fazer mudanças, impor regras, exigir um pouco mais de rigor, respeito e ao mesmo tempo fazê-los acreditar que não sou uma "dos maus" tem sido difícil para eles. Agora vão baixando a guarda, vão perdoando aos que inicialmente se foram "aliando à inimiga" e as coisas vão rolando...
O meu trabalho tem sido a minha vida e apesar de tudo, estou a seguir todos os objectivos a que me propus. Claro que o corpo tem pago e no final de Agosto estar branquinha como cal, não é de todo compensador mas, alguém neste país tem de trabalhar (que inveja desses bronzes)...